Canto
aos caramujos
Das marcas que a gente deixa no mundo
e as que ele deixa na gente.
Das ondas que quebram na praia
e forças que quebram correntes.
Dos beijos dados de mãos dadas
e das dores que a gente sente.
Das vidas muito bem vividas
e de outras que alguns se arrependem.
Dos mundos, inúmeros, perdidos
e outros que são inexistentes.
Dos fins até mesmo da Terra
ou desde a possível serpente.
Do rio que desemboca no mar
e dos caminhos todas as vertentes.
Dos sabores de frutas maduras
e das cores ali presentes.
De Poseidon a força bruta
para comandar o mar ingente.
Dos ciclos que a vida nos traz
ensinando a seguir em frente.
Daqui. Dali.
De cá. Acolá.
Foi quando eu entrei no mar,
Iemanjá.
Que eu senti você falar.
As palavras mais belas, eu entendi.
A luz que vem do luar.
E a Mãe Natureza de longe gritou,
olhe muito bem para você.
siga sua natureza de bicho,
nenhum mal pode acontecer.
Das marcas que a gente deixa no mundo
e das que ele deixa na gente,
ele deixou a beleza da vida em mim,
basta eu plantar a semente.
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